Exemplo para o Brasil: MS lidera recuperação de pastagens e consolida modelo de agropecuária de baixo carbono
Com 4,7 milhões de hectares em processo de recuperação, Estado une crédito, ciência e políticas públicas para produzir mais sem desmatar.

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MATO GROSSO DO SUL – Mato Grosso do Sul está transformando um passivo ambiental em ativo econômico. O Estado assumiu a liderança nacional na recuperação de áreas degradadas, tornando-se referência em produção sustentável. Segundo a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens estão em processo de recuperação.
O secretário Jaime Verruck destaca que o resultado é fruto de uma “tríplice aliança” entre governo, produtores rurais e instituições de pesquisa.
“Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais, com responsabilidade ambiental e tecnologia. Nossa meta é garantir que cada propriedade tenha condições para produzir e conservar”, afirmou Verruck.
O Fim da “Pecuária Extensiva Antiga”
O modelo tradicional, com baixa lotação de gado e pouca adubação, está sendo substituído por tecnologias de precisão. O Estado lidera, por exemplo, o ranking nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com mais de 3,6 milhões de hectares. Isso permite diversificar a renda do produtor e recuperar o solo simultaneamente.
O “Arsenal” de Políticas Públicas
Para viabilizar essa mudança, o governo estadual criou um ecossistema de programas que oferecem desde assistência técnica até crédito facilitado:
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FCO Verde: Linha de crédito específica para sustentabilidade. Entre 2020 e 2024, destinou R$ 812 milhões a 771 projetos.
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Prosolo: Foca na conservação do solo, combate à erosão e melhoria de estradas vicinais.
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MS Irriga: Incentiva o uso racional da água para ampliar a produtividade.
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Precoce MS: Paga mais pelo animal produzido com baixa emissão de carbono e eficiência.
De Olho no Futuro: Rastreabilidade
Além de recuperar o pasto, MS quer provar ao mundo a origem de sua carne. O Estado avança na implantação do Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina. O cronograma prevê início em 2026, com cobertura total do rebanho até 2032.
Somado ao “Selo Verde” e ao status de área livre de aftosa sem vacinação, o estado se blinda contra exigências de mercados internacionais rigorosos, garantindo transparência socioambiental para a soja e a carne sul-mato-grossense.
Imagem: Divulgação



