Arauco expande projeto de celulose em MS com aumento de capacidade
Com previsão de operação em 2027, a unidade terá produção anual de até 3,8 milhões de toneladas e nova compensação ambiental de R$ 21,9 milhões

Prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2027, a megafábrica de celulose da chilena Arauco em Inocência (MS) terá capacidade de produção ampliada para até 3,8 milhões de toneladas por ano. Com isso, a companhia terá de destinar R$ 21,92 milhões a unidades de conservação ambiental, conforme determina a legislação estadual.
A nova previsão de capacidade representa um aumento de 8,5% em relação à estimativa anterior de 3,5 milhões de toneladas anuais, anunciada em setembro de 2023, quando o projeto Sucuriú foi oficialmente ampliado. Na ocasião, a Arauco informou que o investimento total passaria de US$ 3 bilhões para US$ 4,6 bilhões, consolidando a planta como a maior fábrica de celulose do mundo em linha única.
De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado na sexta-feira, 25, o investimento previsto para a nova fase da ampliação é de R$ 2,511 bilhões. A legislação de Mato Grosso do Sul exige que 0,873% deste montante seja direcionado à compensação ambiental, resultando no aporte de R$ 21.921.155,67.
Essa não é a primeira obrigação ambiental assumida pela empresa. Em maio deste ano, a Arauco já havia se comprometido a investir R$ 92,493 milhões em áreas de conservação, ligados à autorização de investimentos de R$ 10,594 bilhões e produção de 2,578 milhões de toneladas ao ano.
Além da celulose, a fábrica também se destaca pela geração de energia. A unidade deve produzir mais de 400 megawatts (MW), sendo 200 MW para consumo próprio e o restante comercializado, o suficiente para abastecer uma cidade de 800 mil habitantes. Para viabilizar essa operação, a Arauco está construindo uma linha de transmissão de 90 km entre Inocência e Selvíria.
O investimento de R$ 156 milhões nesse projeto exigirá, por sua vez, uma nova compensação ambiental de R$ 1,076 milhão (0,69% do valor), conforme acordo com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). A estrutura terá 182 torres com 24 metros de altura cada, espaçadas a cada 500 metros, atravessando 35 propriedades rurais.
CANTEIRO DE OBRAS E PRODUÇÃO FLORESTAL
Localizada a 50 km da área urbana de Inocência, às margens da MS-377 e do Rio Sucuriú, a unidade demandará, no pico da construção, até 14 mil trabalhadores. Após o início das operações, a empresa estima a geração de aproximadamente 6 mil empregos diretos e indiretos.
Para sustentar a operação, serão necessários cerca de 400 mil hectares de eucalipto. Como empresa estrangeira, a Arauco não pode comprar nem arrendar terras no Brasil. Para contornar essa restrição, firmou contratos de usufruto com produtores, pagando em média R$ 100 por hectare por mês. O ciclo do eucalipto, até o corte, leva cerca de sete anos, motivo pelo qual os primeiros plantios começaram ainda em 2021, antes mesmo das licenças ambientais ou do anúncio oficial da fábrica.
EXPANSÃO DO SETOR NO ESTADO
Com o avanço do projeto da Arauco, Mato Grosso do Sul consolida-se como polo da indústria de celulose. O estado já abriga três fábricas em operação: a da Suzano (desde 2009) e da Eldorado Brasil (desde 2012), ambas em Três Lagoas; e a nova unidade da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que começou a operar em julho de 2024.
Além da Arauco, a Bracell também pretende investir cerca de R$ 16 bilhões em uma nova planta em Bataguassu, o que pode elevar para cinco o número de fábricas de celulose no estado.
Foto: Divulgação/Arauco